Ao longo de uma bem-sucedida carreira como diretor de cinema, Breno Silveira dirigiu cinco longas. Entre Irmãs, de 2017, foi o último deles. O roteiro de Patrícia Andrade tem por base o romance O Cangaceiro e a Costureira, da escritora recifense criada nos Estados Unidos Frances de Pontes Peebles. A história se passa no interior de Pernambuco e começa nos anos 1930. Somos apresentados às irmãs Luzia (Nanda Costa) e Emília (Marjorie Estiano). Elas vivem no pequeno vilareja de Taguaritinga do Norte junto com a tia Sofia (Cyria Coentro). A rotina dessas três mulheres muda radicalmente após a chegada do cangaceiro Carcará (Júlio Machado). A partir daí acompanhamos a trajetória de Luzia e Emília, que tomam rumos distintos. Como já evidenciado em seus trabalhos anteriores, há aqui o mesmo cuidado com a reconstituição de época. Os cenários, figurinos e penteados nos remetem diretamente ao período retratado. O olhar apurado de Breno Silveira, talvez reflexo de seu trabalho no início de carreira como diretor de fotografia, sempre se revelou preciso na criação da mise-en-scène, ou seja, a encenação, a movimentação dos atores, a iluminação, enfim, tudo o que vemos enquadrado. Não é diferente em Entre Irmãs, um melodrama dos bons, cheio de reviravoltas e fortes emoções. Essencialmente humano e carregado de muito amor e brasilidade, características da filmografia do cineasta. Em tempo, no Globoplay estão disponíveis duas versões: a que foi exibida nos cinemas e uma outra, com mais de uma hora de material adicional, que passou na TV em formato de minissérie.

ENTRE IRMÃS (Brasil 2017). Direção: Breno Silveira. Elenco: Nanda Costa, Marjorie Estiano, Júlio Machado, Romulo Estrela, Letícia Colin, Cyria Coentro, Claudio Jaborandy, Rita Assemany, Ângelo Antônio, Fábio Lago e Gabriel Stauffer. Duração: 135 minutos. Distribuição: Globoplay.