Robert Zemeckis sempre foi fascinado por desafios tecnológicos. Basta conferir sua filmografia para comprovar. Em Bem-vindos a Marwen, que ele dirigiu em 2018, temos uma dramatização do documentário Marwencol, de 2010, que trata da história do fotógrafo Mark Hogancamp, vivido no filme por Steve Carell. Ele foi violentamente agredido por cinco homens em um bar e entrou em coma. Quando recobrou a consciência não lembrava de seu passado e nem dos amigos e familiares. A partir daí, Mark constrói uma maquete de uma fictícia cidade na Bélgica, durante a Segunda Guerra Mundial, habitada por seu alterego e pelas mulheres mais importantes de sua vida e juntos enfrentam a contínua ameaça de um pelotão nazista. Zemeckis, também autor do roteiro ao lado de Caroline Thompson, mistura o tempo presente de Mark com suas confusas lembranças mostradas através da ação de bonecos filmados com a técnica de stop motion, ou seja, quadro a quadro. O efeito é fabuloso e a história consegue ser tensa e doce ao mesmo tempo. Infelizmente, Bem-vindos a Marwen não encontrou seu público nos cinemas e fracassou nas bilheterias. Uma pena. Preste atenção na sequência que mostra uma máquina do tempo. Zemeckis não perdeu a chance de referenciar sua obra mais conhecida: a trilogia De Volta Para o Futuro.

BEM-VINDOS A MARWEN (Welcome to Marwen – EUA 2018). Direção: Robert Zemeckis. Elenco: Steve Carell, Leslie Mann, Diane Kruger, Eiza González, Janelle Monáe, Merritt Wever, Gwendoline Christie, Neil Jackson, Stefanie von Pfetten, Conrad Coates e Leslie Zemeckis. Duração: 116 minutos. Distribuição: Universal.