O projeto que deu origem ao filme Os 7 de Chicago teve início em 2006 e seria dirigido por Steven Spielberg. A greve dos roteiristas naquele período terminou por adiar as filmagens. Aaron Sorkin, que terminou assumindo a direção, sempre esteve envolvido com o roteiro. Spielberg, no final, foi um dos produtores. Temos aqui a dramatização de uma história real ocorrida nos Estados Unidos em 1968. Tudo gira em torno do julgamento de um grupo de manifestantes contra a guerra do Vietnã. O objetivo do grupo era interromper o congresso do partido Democrata e chamar a atenção para a causa antibelicista. No entanto, um confronto com a polícia e a mão pesada do governo Nixon, que era contrário ao fim do conflito, procurou enquadrar os pacifistas como responsáveis pelo ocorrido em Chicago. Sorkin é, indiscutivelmente, um excepcional roteirista. Seu texto flui de maneira quase musical na boca do elenco. E que elenco. Fica até difícil destacar algum deles. Todos estão fantásticos em cena. Trata-se de um típico filme de tribunal. Um terreno que Sorkin conhece muito bem. Os 7 de Chicago nos conduz por um julgamento de cartas marcadas, bem representado na figura do juiz vivido por Frank Langella. Mas deixa clara a atualidade da história que está sendo contada. Apesar de ela ter acontecido há mais de 50 anos, poderia, sem dúvida alguma, ter se passado nos dias de hoje.

OS 7 DE CHICAGO (The Trial of the Chicago 7 – EUA 2020). Direção: Aaron Sorkin. Elenco: Eddie Redmayne, Alex Sharp, Sacha Baron Cohen, Jeremy Strong, John Carroll Lynch, Yahya Abdul-Mateen II, Mark Rylance, Joseph Gordon-Levitt, Bem Shenkman, J.C. MacKenzie, Frank Langella, John Doman e Michael Keaton. Duração: 129 minutos. Distribuição: Netflix.