Existem títulos nacionais de filmes que, sinceramente, não sei como foram aprovados, de tão ruins que são. O britânico Prime of Miss Jean Brodie, que poderia ser traduzido como O Auge da Senhorita Jean Brodie, virou o triste e machista A Primavera de Uma Solteirona. Dirigido pelo inglês Ronald Neame, que começou sua carreira como montador e depois passou a produzir e dirigir filmes, é uma pequena jóia. À frente do elenco, Maggie Smith, merecidamente ganhadora do Oscar de melhor atriz por este papel. O roteiro de Jay Presson Allen é baseado em sua própria peça, por sua vez adaptada do romance homônimo de Muriel Spark. A ação se passa em Edimburgo, na Escócia, no ano de 1932. Jean Brodie (Smith), é a inspiradora professora de uma escola para meninas. O “solteirona” incluído no título brasileiro não faz jus ao que vemos na tela. Na verdade, existem homens interessados em Jean, assim como ela tem interesse em um homem em particular. Porém, há algo maior que move a vida dela. Não há na direção de Neame nada de especial. A força do filme vem dos diálogos do roteiro e da magnífica atuação de Maggie Smith. Isso faz toda a diferença.

A PRIMAVERA DE UMA SOLTEIRONA (Prime of Miss Jean Brodie – Inglaterra 1969). Direção: Ronald Neame. Elenco: Maggie Smith, Robert Stephens, Pamela Franklin, Gordon Jackson, Celia Johnson, Diane Grayson e Jane Carr. Duração: 116 minutos. Distribuição: Fox.