Primeira versão cinematográfica do romance O Fio da Navalha, escrito por W. Somerset Maugham, esta adaptação foi roteirizada por Lamar Trotti, que já havia trabalhando antes com o diretor Edmund Goulding. A história gira em torno de Larry Darrell (Tyrone Power), que vive muito bem em Chicago e rompe seu noivado com Isabel Bradley (Gene Tierney) e viaja para a Europa. Ele se sente completamente deslocado e sem objetivo algum na vida. Termina lutando na Primeira Guerra Mundial e quando o conflito acaba, Larry fica sabendo de um homem iluminado que vive na Índia. Ele segue para lá em busca de um sentido para sua vida. Apesar de belissimamente fotografado e de contar com uma excepcional trilha sonora, o filme não consegue passar a angústia que se espera de alguém na situação de Larry. A postura dele soa bastante artificial. E isso tira muito da empatia que poderia existir. Isso não acontece com Sophie Nelson, personagem vivida pela atriz Anne Baxter, vencedora do Oscar de atriz coadjuvante e muito convincente no papel. Em tempo: essa mesma história foi refilmada em 1984, por John Byrum, tendo, respectivamente, Bill Murray, Catherine Hicks e Theresa Russell nos papéis Larry, Isabel e Sophie.

O FIO DA NAVALHA (The Razor’s Edge – EUA 1946). Direção: Edmund Goulding. Elenco: Tyrone Power, Gene Tierney, John Payne, Anne Baxter, Clifton Webb, Herbert Marshall e Elsa Lanchester. Duração: 145 minutos. Distribuição: Classicline.