Existem filmes que dificilmente encontram espaço nas salas de cinema. Para nossa felicidade dispomos de canais alternativos de exibição, como a Netflix, por exemplo. Só assim é possível conferir Farol das Orcas, produção hispano-argentina dirigida por Gerardo Olivares. O roteiro, escrito pelo próprio diretor junto com Lucia Puenzo e Sallua Sehk, tem por base o relato autobiográfico de Roberto Bubas, que trabalhou em uma região da Patagônia, próximo ao farol do título. Certo dia aparece lá uma mulher, Lola (Maribel Verdú), acompanhada do filho Tristán (Quinchu Rapalini). Ela tinha visto Roberto (Joaquin Furriel) em um documentário na TV onde ele aparecia junto de orcas. Isso despertou a atenção de Tristán, que é autista. Lola parte então da Espanha para outro país em busca de ajuda para seu filho. Apesar do atrito e da hostilidade iniciais, aos poucos, as coisas vão se ajustando entre os três. Olivares deixa sua história fluir sem maiores sobressaltos. Apenas se ancorando no drama natural que a ligação entre Beto, Lola, Tris e as orcas estabelece. Há momentos em que é preciso deixar as coisas correrem sem intromissão. Olivares faz isso aqui.

FAROL DAS ORCAS (El Faro de las Orcas – Argentina/Espanha 2016). Direção: Gerardo Olivares. Elenco: Maribel Verdú, Joaquin Furriel, Quinchu Rapalini, Osvaldo Santoro, Ana Celentano e Ciro Miró. Duração: 110 minutos. Distribuição: Netflix.