Em certa altura da canção Tribos e Tribunais, do grupo Engenheiros do Hawaii, Humberto Gessinger diz: “Pink Floyd sem Roger Waters”. Se você é daqueles que não aceita o Pink Floyd sem o Roger Waters, o “docushow” Rogers Waters the Wall foi feito para você. Escrito e dirigido pelo próprio Waters junto com o estreante Sean Evans, Roger Waters the Wall tem como inspiração o clássico álbum The Wall, lançado em 1979. Composto quase que integralmente por Waters, este álbum conceitual nos apresenta Pink. Ele perdeu o pai, que foi lutar na Segunda Guerra Mundial, e cresceu oprimido pela mãe superprotetora e por professores carrascos. O muro do título original pode ser entendido de muitas maneiras e é justamente isso que tornou esta obra tão impactante e profunda. Isso já fica claro na abertura do filme com o depoimento do ator Liam Neeson. A partir daí, acompanhamos a turnê The Wall Live, que passou por diversos países, inclusive o Brasil. Alguns poderão até dizer que Roger Waters the Wall é um filme para fãs do Pink Floyd. Eles não estarão de todo errados. Quem for fã da banda, seguramente ficará empolgado vendo Roger Waters executando as músicas do álbum. Belissimamente fotografado por Brett Turnbull, que antes havia trabalhado com o Cirque du Soleil, com a Björk e outras bandas de rock como Rolling Stones e o Coldplay, Roger Waters the Wall ultrapassa a barreira de “filme de fã” e possui qualidades que agradarão aos amantes da boa música e, de quebra, do bom cinema.

ROGER WATERS THE WALL (Roger Waters the Wall – Inglaterra 2014). Direção: Sean Evans e Roger Waters. Documentário. Duração: 132 minutos. Distribuição: Universal.