Os “slasher movies”, subgênero do cinema de terror, surgiu com força nos Estados Unidos na primeira metade da década de 1970. Tramas com assassinos psicopatas usando máscaras e matando jovens com requintes de crueldade. A principal inspiração veio do “giallo italiano”. Ao longo dos 15 anos seguintes a fórmula se aperfeiçoou em obras marcantes como O Massacre da Serra Elétrica, Halloween, A Hora do Pesadelo e Sexta-Feira 13. Até que no início dos anos 1990 o desgaste fez com que os filmes se tornassem cada vez piores. O cenário mudou em 1996, quando Kevin Williamson escreveu o roteiro de Pânico, dirigido por Wes Craven. A premissa “slasher” era a mesma. No entanto, trazia algo novo e intrigante: a metalinguagem. O sucesso foi estrondoso, virou franquia e trouxe três continuações lançadas em 1997, 2000 e 2011, todas escritas por Williamson e dirigidas por Craven. Agora, exatos 25 anos depois do filme original, temos um novo Pânico, com roteiro de James Vanderbilt e Guy Busick e direção da dupla Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett. De fato, trata-se de um misto de continuação e recomeço. A ação retorna à cidade de Woodsboro, na Califórnia, onde novas personagens são apresentadas junto ao trio Sidney, Gale e Dewey, vividos por Neve Campbell, Courteney Cox e David Arquette, oriundos dos filmes anteriores. A premissa traz novamente o Ghostface, segue os passos da obra original e consegue atualizar os elementos já conhecidos dentro do mesmo contexto metalinguístico marcante da franquia. E aí você pode perguntar: preciso ter visto os quatro primeiros filmes? Na boa, não. O roteiro te situa bem no que é necessário. Mas, claro, se você tiver visto, vai aproveitar muito algumas homenagens e piadas internas inseridas na trama.
PÂNICO (Scream – EUA 2022). Direção: Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett. Elenco: Neve Campbell, Courteney Cox, David Arquette, Marley Shelton, Melissa Barrera, Jenna Ortega, Dylan Minnette, Jack Quaid, Jasmin Savoy Brown e Sonia Ammar. Duração: 114 minutos. Distribuição: Paramount.
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