Uma versão cinematográfica da minissérie britânica Unforgiven, criada por Sally Wainwright e exibida na TV inglesa em 2009, estava nos planos de Hollywood desde 2010. Somente dez anos depois, a atriz e produtora Sandra Bullock junto com a Netflix, tiraram Imperdoável do papel e contrataram a diretora alemã Nora Fingscheidt, que vinha do sucesso de Transtorno Explosivo, para dirigi-lo. Com roteiro adaptado por Peter Craig, Hillary Seitz e Courtnay Miles, acompanhamos Ruth Slater (Bullock), que após cumprir 20 anos de prisão por ter assassinado um policial, recebe liberdade condicional. Nesse processo de reintegração, ela enfrenta diversos preconceitos no trabalho, além de enormes dificuldades para reencontrar sua irmã mais nova. Fingscheidt apresenta uma estrutura narrativa que vai e volta no tempo mostrando o presente e o passado de Ruth. Além da subtrama envolvendo uma tentativa de vingança. O elenco de apoio, muito bom por sinal, diz pouco a que veio. Especialmente Viola Davis, que é enormemente desperdiçada. O filme é de Sandra Bullock, que interpreta Ruth de forma contida, tipo “fechada por dentro”. Imperdoável parte de uma premissa cheia de ótimas possibilidades. No entanto, seu desenvolvimento é irregular. Isso deixou em mim aquela sensação de que poderia ter sido melhor.

IMPERDOÁVEL (The Unforgivable – EUA 2021). Direção: Nora Fingscheidt. Elenco: Sandra Bullock, Viola Davis, Vincent D’Onofrio, Jon Bernthal, Richard Thomas, Linda Emond, Aisling Franciosi e Emma Nelson. Duração: 112 minutos. Distribuição: Netflix.