A história das irmãs Venus e Serena Williams, duas das maiores tenistas de todos os tempos, até que demorou a virar filme. E quando isso aconteceu, o foco se deu na figura de Richard Williams, pai e treinador das meninas. É o que temos em King Richard: Criando Campeãs, terceiro longa de Reinaldo Marcus Green, que iniciou sua carreira em 2011 dirigindo curtas. Depois dirigiu documentários e episódios de séries de TV até estrear na direção de longas. Produzido por Will Smith, que interpreta o papel-título, acompanhamos aqui a trajetória de Venus (Saniyya Sidney) e Serena (Demi Singleton), que desde muito jovens receberam um treinamento especial e pouco ortodoxo criado pelo pai delas. King Richard segue à risca a cartilha das cinebiografias que exaltam a união da família, a força de vontade dos retratados e a superação dos mais diversos obstáculos. É fácil cair em certas armadilhas quando se conta histórias como essa. O que salva o filme de Green é, antes de tudo, o carisma de Will Smith à frente do elenco e, na mesma medida, de Saniyya Sidney e Demi Singleton. Além disso, o roteiro de Zach Baylin faz um recorte temporal preciso entre o final da infância e o início da adolescência das garotas. Com isso se concentrou no período menos conhecido da carreira das atletas e isso fez toda a diferença.

KING RICHARD: CRIANDO CAMPEÃS (King Richard – EUA 2021). Direção: Reinaldo Marcus Green. Elenco: Will Smith, Aunjanue Ellis, Saniyya Sidney, Demi Singleton, Tony Goldwyn, Jon Bernthal, Mikayla Lashae Bartholomew, Daniele Lawson e Layla Crawford. Duração: 144 minutos. Distribuição: Warner.