A história real da professora inglesa Anna Leonowens já havia sido contada no musical O Rei e Eu, dirigido por Walter Lang, em 1956, tendo Yul Brynner e Deborah Kerr à frente do elenco. 43 anos depois uma nova versão, sob a direção de Andy Tennant, chegou às telas. Anna e o Rei deixou de lado as músicas e se concentrou no drama do choque cultural entre Anna, vivida por Jodie Foster, e o rei Mongkut, do Sião (atual Tailândia), interpretado por Chow Yun-Fat. O roteiro, de Steve Meerson e Peter Krikes, toma por base os diários da própria Anna Leonowens, que em 1860 viajou com o filho Louis (Tom Felton), para ser a tutora dos filhos de Mongkut. Outra inspiração foi o romance Anna e o Rei do Sião, escrito por Margaret Landon e publicado em 1944. Ao contrário do filme de 1956 onde o “rei” estava no centro da trama, aqui é a professora quem toma a dianteira. Os títulos das obras já deixam isso bem nítido. Andy Tennant vinha de uma larga experiência na televisão e tinha dirigido apenas comédias no cinema. Anna e o Rei foi seu quarto longa e é visível a falta de ritmo em algumas cenas. Mas há um apuro da produção com as roupas e a reconstituição de época. Não por acaso, o filme recebeu indicações ao Oscar nas categorias de figurinos e direção de arte. Jodie Foster se impõe com uma postura altiva e firme, além de um impecável sotaque britânico. Em tempo: o governo tailandês não concordou com as liberdades tomadas pelo roteiro e proibiu as filmagens no país, bem como a exibição do filme depois de pronto.

ANNA E O REI (Anna and the King – EUA 1999). Direção: Andy Tennant. Elenco: Jodie Foster, Chow Yun-Fat, Bai Ling, Tom Felton, Randall Duk Kim, Geoffrey Palmer, Ann Firbank e Bill Stewart. Duração: 148 minutos. Distribuição: Fox.