Mario Monicelli é um dos maiores nomes do cinema italiano em todos os tempos. E olha que a concorrência é pesadíssima. Ao longo de mais de 70 anos como roteirista e diretor, sua extensa obra marcou gerações de cineastas e cinéfilos no mundo todo. A Grande Guerra, de 1959, é uma de suas obras-primas entre muitas que ele realizou. O roteiro de Agenore Incrocci, Furio Scarpelli, Luciano Vincenzoni e do próprio diretor nos leva à Itália, no ano de 1916, durante a Primeira Guerra Mundial. Uma das características de Monicelli é inserir humor em suas histórias. Não é diferente em A Grande Guerra, que apresenta uma narrativa episódica cheia de humanidade. A dupla principal, Oreste Jacovacci (Alberto Sordi) e Giovanni Busacca (Vittorio Gassman), foi recrutada para servir o exército e defender o país. Mas eles, na verdade, tentam fugir do serviço. No entanto, o destino se encarrega de colocá-los na liderança da tropa. Monicelli mescla magistralmente planos abertos e fechados. E destaca, na mesma medida, momentos intimistas e outros mais abrangentes. Isso tudo acaba por nos presentear com um filme que já nasce clássico, seja por sua abordagem criativa, seu humor corrosivo ou sua mensagem antibelicista.

A GRANDE GUERRA (La Grande Guerra – Itália 1959). Direção: Mario Monicelli. Elenco: Alberto Sordi, Vittorio Gassman, Bernard Blier, Folco Lulli, Vittorio Sanipoli, Romolo Valli e Mario Valdemarin. Duração: 137 minutos. Distribuição: Versátil.