Quase dez anos após o estrondoso sucesso de O Sexto Sentido, o roteirista e diretor americano de origem indiana M. Night Shyamalan continuava preso ao formato que o consagrou na história do menino que via pessoas mortas. Mas não podemos colocar a culpa inteira nele. Os executivos dos estúdios e o público esperavam que Shyamalan apresentasse sempre histórias com surpreendentes viradas no final. A fórmula foi se desgastando ao longo dos filmes seguintes que ele escreveu e dirigiu e chegou ao esgotamento completo em Fim dos Tempos, lançado em 2008. A trama gira em torno de estranhas mortes que começam a ocorrer em diversas cidades dos Estados Unidos. O que chama a atenção aqui é o inusitado do fenômeno. Não há, pelo menos aparentemente, uma explicação lógica para ele. No meio disso, Elliot (Mark Wahlberg), Alma (Zooey Deschanel) e Julian (John Leguizamo) se descolam para o campo acreditando que estarão salvos lá. Só que as coisas, muitas vezes não acontecem como planejado. Fim dos Tempos marcou o fim de uma, digamos assim, primeira fase da carreira de Shyamalan como cineasta. Ele depois trabalharia em dois outros filmes, O Último Mestre do Ar e Depois da Terra, que se revelaram piores ainda, onde teve que lidar com material que não era seu. Somente sete anos depois, com A Visita, ele conseguiu se reinventar. Mas isso é outra história.

FIM DOS TEMPOS (The Happening – EUA 2008). Direção: M. Night Shyamalan. Elenco: Mark Wahlberg, Zooey Deschanel, John Leguizamo, Ashlyn Sanchez, Betty Buckley, Spencer Breslin, Jeremy Strong e Alan Ruck. Duração: 91 minutos. Distribuição: Fox.