Era muito comum no cinema italiano das décadas de 1960 e 1970 a reunião de curtas-metragens dirigidos por cineastas renomados compondo uma antologia. Foi o que aconteceu em 1967, quando os diretores Luchino Visconti, Mauro Bolognini, Pier Paolo Pasolini, Franco Rossi e Vittorio De Sica participaram do projeto As Bruxas, produzido por Dino De Laurentiis. São cinco episódios que têm em comum a presença da atriz Silvana Mangano, que está à frente do elenco de A Bruxa Queimada Viva (Visconti), Senso Cívico (Bolognini), A Terra Vista da Lua (Pasolini), A Siciliana (Rossi) e Uma Noite Como as Outras (De Sica). Além da presença de Mangano, outro ponto em comum é a representação feminina em diferentes papéis e situações sociais: uma atriz famosa; uma mulher que leva um ferido para o hospital; um viúvo e seu filho que procuram nova esposa/mãe; um homem que quer vingar a honra de uma jovem; e uma dona de casa bastante entediada com o marido pouco romântico e completamente indiferente. Temos humor e drama na medida certa nessas pequenas e divertidas joias dirigidas e estreladas por grandes artistas. Em tempo: Clint Eastwood estava na Itália para trabalhar em Três Homens em Conflito, de Sergio Leone, e antes do início das filmagens topou participar do segmento final, sob a direção de Vittorio De Sica. Diz a lenda que seu cachê foi de 20 mil dólares e uma Ferrari.

AS BRUXAS (Le Streghe – Itália 1967). Direção: Luchino Visconti, Mauro Bolognini, Pier Paolo Pasolini, Franco Rossi e Vittorio De Sica. Elenco: Silvana Mangano, Totò, Clint Eastwood, Alberto Sordi, Francisco Rabal, Anne Girardot, Ninetto Davoli e Helmut Berger. Duração: 111 minutos. Distribuição: Versátil.