Chris Miller e Phil Lord, dupla responsável por Tá Chovendo Hambúrguer, Uma Aventura Lego, Anjos da Lei e Homem-Aranha no Aranhaverso, é a responsável pela produção do divertido A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, estreia na direção de longas de animação de Michael Rianda e Jeff Rowe, que também assinam o roteiro. Somos apresentados a Rick, Linda, Katie, Aaron e Monchi. Os Mitchells são o que podemos chamar de “família disfuncional” e o grande acerto do filme é se concentrar, principalmente, na tumultuada relação entre o pai, Rick, e a filha Katie, prestes a ingressar na universidade para estudar cinema. Surge então a ideia de levá-la de carro até a Califórnia, ao mesmo tempo em que uma rebelião de robôs disposta a dominar o mundo tem início. A partir daí, temos um típico “filme de estrada”, onde muita roupa suja é lavada. Porém, algo maior se impõe e faz com que a família revele ter muito mais em comum do que julgava. E, claro, salvar o mundo no meio desse processo. A ação é frenética e vem com inúmeras referências à literatura e à cultura pop. Isso permite ao desenho ser apreciado igualmente por pais e filhos. Além disso, o desenho consegue lidar de forma positiva com questões delicadas e pouco exploradas no gênero. No final, trata-se, verdadeiramente, de uma boa surpresa.

A FAMÍLIA MITCHELL E A REVOLTA DAS MÁQUINAS (The Mitchells vs the Machines – EUA 2021). Direção: Michael Rianda e Jeff Rowe. Animação. Duração: 113 minutos. Distribuição: Netflix.