Hoje, se alguém falar em Ian McKellen, automaticamente você lembrará do mago Gandalf, das trilogias O Hobbit e O Senhor dos Anéis ou do Magneto, dos filmes dos X-Men. Mas em 1995, apesar de ele já contar com quase 40 anos desde sua estreia nos palcos londrinos e ter participado de diversos trabalhos na televisão e no cinema, McKellen era pouco conhecido do grande público. Tudo mudou a partir do lançamento da versão de Ricardo III, dirigida por Richard Loncraine. O roteiro, baseado na montagem teatral de Richard Eyre, tem por base a peça de mesmo nome escrita por William Shakespeare. A adaptação cinematográfica dessa peça ficou a cargo do próprio ator junto com o diretor. Ricardo III é uma das mais violentas histórias criadas pelo bardo inglês. Aqui, a ação é deslocada para a década de 1930 onde, após diversas tensões, o Reino Unido enfrenta uma guerra civil que coloca a Casa de York contra a Casa de Lancaster. No meio desse caos todo, o Duque de Gloucester (McKellen) almeja vencer o conflito e com isso se tornar um monarca absolutista, ou melhor dizendo, um ditador fascista. McKellen, que já havia interpretado a personagem no teatro, não apenas escreveu o roteiro como levantou os recursos necessários para a produção. Ricardo III apresenta o maior vilão shakespeareano e já contava com a estupenda versão para o cinema estrelada e dirigida em 1955 por Laurence Olivier. Essa nova versão se iguala em coragem e qualidade à anterior e colocou Ian McKellen no mapa de Hollywood. Se fosse apenas isso já valeria a conferida. Mas pode acreditar, é muito mais.

RICARDO III (Richard III – Inglaterra 1995). Direção: Richard Loncraine. Elenco: Ian McKellen, Christopher Bowen, Edward Jewesbury, Annette Bening, John Wood, Maggie Smith, Nigel Hawthorne e Robert Downey Jr. Duração: 110 minutos. Distribuição: Versátil.