No ano de 1936, na Espanha, um golpe militar deu origem a uma marcante série de perseguições e mortes de religiosos e cidadãos contrários ao regime. Em uma pequena vila do interior, Higinio (Antonio de la Torre), recém-casado com Rosa (Belén Cuesta), tem sua vida ameaçada pelas forças policiais. Para não morrer, ele acata uma ideia de sua esposa e se esconde em sua própria casa na esperança de a situação melhorar. O problema é que essa espera se estende por 30 anos. É isso o que vemos em A Trincheira Infinita, dirigido por Aitor Arregi, Jon Garaño e Jose Mari Goenaga. Este último é também autor do roteiro, junto com Luiso Berdejo. Ambos se inspiraram em relatos de pessoas que passaram pela mesma situação. Ficar três décadas preso altera a rotina de qualquer um. E se essa prisão for um local onde você, apesar de estar próximo de seus entes queridos não pode ter uma convivência normal com eles, aí tudo se torna mais desesperador ainda. O trio de diretores nos conduz pela trágica experiência vivida por Higinio e Rosa. A maneira como apresentam a narrativa nos faz sentir o desespero e a sensação de medo constante que o casal sente. Em tempo: este filme foi o representante da Espanha na disputa pelo Oscar 2021 de melhor filme internacional.

A TRINCHEIRA INFINITA (La Trinchera Infinita – Espanha 2019). Direção: Aitor Arregi, Jon Garaño e Jose Mari Goenaga. Elenco: Antonio de la Torre, Belén Cuesta, Vicente Vergara, José Manuel Poga, Emilio Palacios e Joaquín Gómez. Duração: 147 minutos. Distribuição: Netflix.