O cineasta Alfred Hitchcock havia se mudado para Hollywood e estava há 11 anos sem filmar em sua Londres natal quando dirigiu Pavor nos Bastidores, em 1950. O roteiro de Whitfield Cook é baseado no romance Man Running, de Selwyn Jepson, adaptado pela esposa do diretor, Alma Reville. A ação gira em torno de um crime. No caso, o marido da atriz Charlotte Inwood (Marlene Dietrich). A acusação recai sob Jonathan Cooper (Richard Todd), que pede ajuda da amiga Eve Gill (Jane Wyman). Esta, por sua vez, resolve investigar o crime por conta própria, o que gera situações inesperadas. Ao longo de sua extensa filmografia, Hitchcock sempre se revelou um artista inquieto, criativo e experimental em suas narrativas. Pavor nos Bastidores começa “brincando” com o espectador, para depois analisar a arte da atuação. O resultado pode parecer irregular, mas, há grandes cenas aqui e o uso da luz e dos enquadramentos é primoroso. Quando se é um mestre, como é o caso de Hitchcock, mesmo quando se trata de uma obra pouco inspirada, ainda assim, há sempre “um algo a mais” que a destaca da maioria. Em tempo: os vestidos usados por Marlene Dietrich foram desenhados pelo estilista francês Christian Dior.

PAVOR NOS BASTIDORES (Stage Fright – Inglaterra 1950). Direção: Alfred Hitchcock. Elenco: Marlene Dietrich, Jane Wyman, Richard Todd, Michael Wilding, Alistair Sim, Sybil Thorndike, Kay Walsh e Miles Mallison. Duração: 110 minutos. Distribuição: Warner.