O roteirista e diretor neozelandês Andrew Niccol tem um estilo bem peculiar para contar suas histórias de ficção-científica. Basta conferir Gattaca e SimOne, que ele escreveu e dirigiu, ou mesmo O Show de Truman, que ele apenas escreveu. O Preço do Amanhã, de 2011, é seu quarto longa e apresenta uma premissa das mais curiosas. A ação se passa no futuro, mais precisamente no ano de 2169. Nessa realidade, o bem mais precioso em um mundo superpovoado é o tempo. Isso fez com que a idade limite da população fosse fixada em 25 anos. A partir daí, os ricos vivem mais com aquela aparência jovem e os pobres morrem ou negociam mais tempo de vida. Nesse contexto, Will Salas (Justin Timberlake) recebe uma misteriosa doação e, por conta disso, é perseguido por guardiões do tempo, acusado de um crime que não cometeu. Niccol é um cineasta que sabe criar uma sensação de futuro em seus filmes. Tudo é orgânico, funcional e crível. A premissa, realmente, é muito boa e criativa. Afinal, o tempo sempre foi, é e será algo valiosíssimo para todos nós. Em qualquer época. Mas essa ótima premissa não impede que Niccol se perca um pouco na condução do filme. Mas isso não invalida as muitas qualidades que a obra tem.

O PREÇO DO AMANHÃ (In Time – EUA 2011). Direção: Andrew Niccol. Elenco: Justin Timberlake, Amanda Seyfried, Cillian Murphy, Olivia Wilde, Johnny Galecki, Vincent Kartheiser, Will Harris e Matt Bomer. Duração: 109 minutos. Distribuição: Fox.