A britânica Olivia Colman é uma atriz que construiu sua carreira basicamente na televisão. Inúmeros e diferentes papéis apenas confirmaram seu incrível talento cômico e dramático. Um dos poucos filmes que fez para cinema foi O Lagosta, que o grego Yorgos Lanthimos escreveu e dirigiu em 2015. Três anos depois, quando Lanthimos assumiu a direção de A Favorita, ele não pensou em outra atriz para o papel da rainha Anne. Este papel deu a Colman o Oscar de melhor atuação feminina em um ano particularmente bastante concorrido. A ação se passa na corte inglesa do século XVIII. A rainha tem na duquesa Sarah (Rachel Weisz) sua amante, conselheira e confidente. Na prática, é a duquesa quem manda. Isso começa a mudar com a chegada de Abigail (Emma Stone), a nova criada do palácio. O roteiro de Deborah Davis e Tony McNamara se apoia no tripé Anne-Sarah-Abigail defendido soberbamente por três grandes atrizes. E o diretor, por sua vez, dá espaço ao elenco e faz uso de lentes grandes angulares, do tipo “olho de peixe”, que ampliam o campo de visão, ao mesmo tempo em que deformam os ambientes. As cores, muitas vezes pesadas, reforçam a tensão que se estabelece nesse triângulo de disputa de poder. A Favorita não é um filme fácil. Ainda bem que não é. Isso faz toda a diferença.

A FAVORITA (The Favourite – Inglaterra 2018). Direção: Yorgos Lanthimos. Elenco: Olivia Colman, Emma Stone, Rachel Weisz, Nicholas Hoult, James Smith, Mark Gatiss, Willem Dalby e Carolyn Saint-Pé. Duração: 119 minutos. Distribuição: Fox.