Existe uma máxima entre aspirantes a roteiristas que diz que todos nós temos pelo menos uma boa história para contar: a nossa. Como é cada vez maior o número de cinebiografias, seguramente, além da nossa própria história, o público quer conhecer um pouco mais sobre a vida dos outros também. As cinebiografias, boa parte delas, tentam abranger toda uma vida em um único filme. A vida de uma pessoa é muito grande para caber em um filme só. Por esta razão prefiro aquelas que fazem um recorte de um período determinado que seja representativo do caráter e/ou importância de quem está sendo cinebiografado. O cineasta francês Jalil Lespert seguiu esta linha em Yves Saint Laurent. Com um roteiro escrito pelo próprio diretor, junto com Marie-Pierre Huster e Jacques Fieschi, tendo por base o livro Cartas à Yves, de Laurence Benaim. O filme se concentra no ano de 1957, quando Yves Saint Laurent (Pierre Niney), com apenas 21 anos de idade, assume a direção da famosa grife Christian Dior. Neste período também, ele conhece Pierre Bergé (Guillaume Gallienne), que viria a se tornar seu parceiro na vida e nos negócios. Lespert destaca aqui o gênio deste grande estilista que ajudou a revolucionar o moda no século 20. Sua abordagem foge, na maioria das vezes, do convencional. E dá, na mesma medida, destaque à figura de Bergé, que dos bastidores, foi o grande mentor do sucesso comercial da marca YSL.

YVES SAINT LAURENT (Yves Saint Laurent – França 2014). Direção: Jalil Lespert. Elenco: Pierre Niney, Guillaume Gallienne, Charlotte Le Bon, Nikolai Kinski, Laura Smet, Astrid Whettnall e Marie de Villepin. Duração: 106 minutos. Distribuição: Globoplay.