A roteirista, produtora, atriz e diretora libanesa Nadine Labaki começou sua carreira em Beirute, em 2003. No início, ela apenas atuava. A partir de 2007 passou também a escrever, produzir e dirigir. Seu primeiro longa foi Caramelo, que a projetou mundialmente. Quatro anos depois foi a vez de E Agora Onde Vamos? e mais sete depois ela chega ao terceiro e mais impactante de seus longas: Cafarnaum. O roteiro, escrito por ela junto com Jihad Hojeily e Michelle Keserwany, conta a história de Zain (Zain Al Rafeea), um menino de apenas 12 anos que assume responsabilidades que muitos adultos não conseguiriam cumprir. Ele vive com os pais, completamente ausentes, em um cortiço e cuida dos irmãos menores. Sua rotina já bastante dura fica mais dura ainda quando sua irmã, um ano mais nova que ele, é obrigada a se casar. Zain vai embora de casa e enfrenta diversas situações na rua que acabam por levá-lo de volta à sua família. Ao voltar ele confronta algo inesperado e decide então processar seus pais por negligência. A diretora, a partir daí, assume o papel de atriz e vive a advogada que representa e defende Zain. Cafarnaum é um filme que exige estômago do espectador. Contundente da primeira à última cena, a obra tem no pequeno e talentoso Zain Al Rafeea sua alma e seu maior trunfo. É simplesmente impossível sair indiferente após a subida dos créditos finais.

CAFARNAUM (Caphanaüm – Líbano/França 2018). Direção: Nadine Labaki. Elenco: Zain Al Rafeea, Yordanos Shiferaw, Boluwatife Treasure Bankole, Kawsar Al Haddad, Fadi Yousef, Haita Izzam e Nadine Labaki. Duração: 126 minutos. Distribuição: Sony.