A cineasta dinamarquesa Susanne Bier começou sua carreira no final dos anos 1980 dirigindo vídeos musicais. No início da década seguinte dirigiu seu longa de estreia e chamou a atenção com seu sétimo trabalho, Irmãos, de 2004, que ganhou até uma versão americana, feita cinco anos depois. Hollywood acenou e ela foi para os Estados Unidos dirigir Coisas Que Perdemos Pelo Caminho, em 2007. Mas foi em 2010, de volta à Dinamarca, onde realizou Em Um Mundo Melhor, que seu nome ganhou projeção mundial. Principalmente, após ganhar o Oscar de melhor filme estrangeiro. O roteiro de Anders Thomas Jensen parte de uma história criada pela própria diretora e conta a história de duas famílias. A primeira delas é formada por Anton (Mikael Persbrandt), médico em processo de separação e pai de Elias (Markus Ryggard). A outra é a de Claus (Ulrich Thomsen), recém-viúvo e seu filho, Christian (William Johnk Juels Nielsen), que estuda na mesma escola de Elias. Os dois garotos, ambos com 12 anos, ficam amigos por conta de uma situação de bullying. A violência é algo que permeia a vida dessas personagens. Tanto os meninos no colégio como Anton em seu trabalho em um campo de refugiados no Sudão. Bier é habilidosa na condução de sua narrativa e trabalha muito bem a construção das personagens. Em Um Mundo Melhor, título internacional para o dinamarquês Vingança, agradou mais a diretora por enfatizar a esperança que ela queria passar, diferente do original que enfatiza a gravidade do filme.

EM UM MUNDO MELHOR (Hævnen – Dinamarca 2010). Direção: Susanne Bier. Elenco: Mikael Persbrandt, Wil Johnson, Eddy Kamini, Emily Mulaya, William Johnk Juels Nielsen, Ulrich Thomsen e Camila Gottlieb. Duração: 118 minutos. Distribuição: Califórnia Filmes.