Nome mais importante do cinema francês no período posterior ao fim da Segunda Guerra Mundial, René Clement realizou algumas obras-primas e foi bastante premiado, porém, entrou em choque com a turma da revista Cahiers du Cinéma e quase caiu no esquecimento. Principalmente, por conta de seu estilo narrativo mais clássico e menos “revolucionário” que o mostrado pelos cineastas da Nouvelle Vague. Clement já havia chamado a atenção, em 1949, com Três Dias de Amor, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro. Feito que ele repetiu quatro anos depois com este Brinquedo Proibido. Baseado no romance Les Jeax Inconnus, de François Boyer, o roteiro foi adaptado pelo próprio autor, junto com Clement, Pierre Bost e Jean Aurenche. A história se passa em meados de 1940, na França invadida pelas tropas de Hitler. Durante um ataque, Paulette (Brigitte Fossey), uma menina de cinco anos, perde os pais e é encontrada por Michel (Georges Poujouly), um menino de onze anos que vive no campo. Em meio ao caos da guerra, as crianças iniciam uma forte amizade que contrasta, em muitos aspectos, com o cenário ao redor. Brinquedo Proibido aposta na sensibilidade e inova na utilização de diversos recursos técnicos criativos para contar sua história, sendo essa uma das características mais marcantes do cinema de Clement. O filme foi recusado para concorrer em Cannes, mas teve uma carreira internacional excepcional e ganhou, além do Oscar, o Leão de Ouro no Festival de Veneza.

BRINQUEDO PROIBIDO (Jeux Interdits – França/Itália 1952). Direção: René Clement. Elenco: Brigitte Fossey, Georges Poujouly, Lucien Hubert, Amédée, Laurence Badie, Madeleine Barbulée, Suzanne Courtal e Jacques Marin. Duração: 82 minutos. Distribuição: Mubi.