ROMA

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O que justificaria ir ao cinema para assistir a um filme que está disponível na Netflix? Por melhor que seja o equipamento, não existe lugar melhor para ver um filme do que uma sala de cinema. Se isso vale para quase todos os filmes, no caso de Roma, novo trabalho do cineasta mexicano Alfonso Cuarón, é quase obrigatório vê-lo na maior tela possível.

Uma parceria entre a Netflix e a distribuidora Vitrine tem proporcionado a exibição de Roma em diversas cidades brasileiras desde meados de janeiro passado. Em Curitiba, esta chance única acontece nesta sexta, dia 15, na sessão das 19 horas do Cineplus, do shopping Jardim das Américas.

A ideia de Roma estava na cabeça de Cuarón desde 2006, quando dirigiu Filhos da Esperança. Na sequência, ele dedicou-se por sete anos à produção de Gravidade, lançado em 2013 e vencedor do Oscar em sete categorias, entre elas, a de melhor direção.

Dos oito longas que Cuarón realizou até o momento, Roma é o mais pessoal. Um filme que ele escreveu, produziu, dirigiu, fotografou e montou. Mas o caráter pessoal que mencionei não se resume ao fato de o cineasta ter atuado em tantas frentes. Trata-se de uma obra que somente ele poderia ter feito.

Convém esclarecer que Roma não se passa na capital italiana. Na verdade, é o nome de um bairro da Cidade do México, onde o diretor cresceu. O filme tem a personagem da empregada Cleo (Yalitza Aparicio) como protagonista. Ela, por sua vez, é inspirada em Libo, a quem o filme é dedicado e que trabalhava para a família Cuarón. A ação se passa no início da década de 1970 e segue a rotina daquela casa por cerca de um ano.

Belissimamente fotografado em preto e branco e com suaves movimentos de câmara, Cuarón nos conduz pelas lembranças de sua infância tendo a doce e pequena Cleo no centro de tudo o que acontece, seja em casa, na rua ou no país. As imagens capturadas pelas lentes do diretor dizem sempre muito mais do que aparentam.

Apesar de o nome do bairro que dá título ao filme nunca ser citado, a escolha não poderia ter sido mais feliz. Afinal, é visível a influência do neorrealismo, que nasceu na Itália em meados dos anos 1940 e teve em Roma, Cidade Aberta, de Roberto Rossellini, os fundamentos narrativos deste importante movimento cinematográfico.

Há também, como percebeu meu amigo Antonio Cava, um anagrama possível que justifica e reforça o significado do título. “Roma” é “Amor” ao contrário. E amor é o sentimento que está na essência de Cleo e, consequentemente, de todo o filme.

Depois de aclamado no Festival de Cinema de Veneza e na premiação do Bafta, Roma concorre ao Oscar, no próximo dia 24, em dez categorias: filme, direção, atriz, atriz coadjuvante, roteiro original, filme estrangeiro, fotografia, desenho de produção, som e mixagem de som.

ROMA (Roma – México/EUA 2018). Direção: Alfonso Cuarón. Elenco: Yalitza Aparicio, Marina de Tavira, Diego Cortina Autrey, Carlos Peralta, Marco Graf, Daniela Demesa, Nancy García García, Verónica García, Fernando Grediaga e Jorge Antonio Guerrero. Duração: 135 minutos. Distribuição: Netflix/Vitrine.

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Last modified: 14 de fevereiro de 2019

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