O apelo de uma cinebiografia é sempre muito grande. Principalmente quando se trata de uma figura da importância de Winston Churchill. Na maioria das vezes, os cineastas procuram “abraçar” a vida inteira do cinebiografado. Cá entre nós, a vida de uma pessoa não cabe em um filme. O ideal é quando se faz o recorte de um período importante e definidor da personalidade em questão. E é justamente isso que o cineasta britânico Joe Wright fez em O Destino de Uma Nação, onde a partir do roteiro de Anthony McCarten, nos é mostrado as três primeiras semanas de Churchill, vivido de maneira quase mediúnica pelo ator Gary Oldman, como primeiro-ministro do Reino Unido. Ele assume na segunda semana de maio de 1940 e o Wright nos conduz dali até a última semana do mês. Os nazistas avançavam pela Europa e haviam encurralado os soldados ingleses na praia de Dunquerque, no norte da França. Da pressão para assinar um acordo de paz com a Alemanha, passando pela resistência do parlamento até a impossibilidade de ajuda externa fizeram com que Churchill tomasse uma decisão arriscada, porém, vitoriosa que garantiu o resgate das tropas, como na mesma medida, permitiu que as forças armadas de seu país se organizassem para enfrentar o inimigo. O Destino de Uma Nação segue uma cartilha narrativa acadêmica. Mas isso não tira o brilho da história em si, muito menos da impactante atuação de Oldman, premiada com o Oscar de melhor ator, assim como o soberbo trabalho de maquiagem do japonês Kazuhiro Tsuji, vencedor do Oscar da categoria.

O DESTINO DE UMA NAÇÃO (Darkest Hour – Inglaterra/EUA 2017). Direção: Joe Wright. Elenco: Gary Oldman, Kristin Scott Thomas, Ben Mendelsohn, Lily James, Ronald Pickup, Stephen Dillane, Samuel West e David Bamber. Duração: 126 minutos. Distribuição: Universal.