Peter Jackson vinha de quatro filmes grandiosos e bem populares, a trilogia de O Senhor dos Anéis e King Kong, quando decidiu realizar uma produção mais modesta. No caso, Um Olhar do Paraíso, baseado no romance de Alice Sebold adaptado pelo próprio diretor, junto com Fran Walsh e Philippa Boyens. A ação acontece nos anos 1970, no interior da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Uma jovem de 14 anos, Susie Salmon (Saoirse Ronan), é brutalmente assassinada e passa a acompanhar, depois de morta, a vida de sua família. Não sei se pelo fato de ter passado dez anos de sua carreira dedicada a projetos gigantescos, Jackson “perdeu a mão” aqui. Um Olhar do Paraíso tem acertos, porém, se for comparado com outros trabalhos do diretor, fica devendo. Pode ter sido o fato de o filme ter se afastado bastante do conteúdo do livro. São questões que não serão respondidas por mim ou por ninguém. Mesmo se tratando de um filme visualmente bonito, persiste uma certa irregularidade em sua narrativa. Achei, de início, que Jackson tomaria o caminho traçado em Almas Gêmeas, que ele dirigiu em 1994, uma pequena-grande obra. Curiosamente, apreciei melhor este filme depois que o revi em casa. Talvez seja o caso de você lhe dá uma segunda chance.

UM OLHAR DO PARAÍSO (The Lovely Bones – EUA/Inglaterra/Nova Zelândia 2009). Direção: Peter Jackson. Elenco: Mark Wahlberg, Rachel Weisz, Susan Sarandon, Saoirse Ronan, Stanley Tucci, Rose McIver e Michael Imperioli. Duração: 135 minutos. Distribuição: Netflix.