Histórias sobre famílias disfuncionais costumam render bons filmes. Em Pequena Miss Sunshine, um dos diferenciais é que as situações de confronto acontecem dentro de uma kombi durante uma viagem não planejada. Isso o torna um autêntico road movie, um filme de estrada. A família em questão é composta por um avô, um pai, uma mãe, um irmão, um filho e uma filha, que é selecionada para concorrer a um concurso de miss infantil. Cada um deles é possuidor de algum problema e todos têm características de comportamento bem definidas. Tudo isso é mostrado já no início do filme, ainda no ambiente da casa onde moram e as coisas se agravam a partir do momento em que eles precisam viajar. A estrada como metáfora de um lugar onde conflitos afloram e são resolvidos é um tema recorrente do cinema. O que torna Pequena Miss Sunshine diferente, em primeiro lugar, é a qualidade do texto (premiado com o Oscar de melhor de roteiro original, em 2008) e em segundo, mas, tão importante quanto, a perfeita interação do elenco principal. Quando se tem uma combinação assim, sobra pouco trabalho para os diretores. No caso, Jonathan Dayton e Valerie Faris, estreantes na direção de longas. A dupla foi responsável pela realização de diversos vídeos das bandas R.E.M., Red Hot Chili Peppers, Oasis, Smashing Pumpkins e Weezer.