O roteirista, ator e diretor nova-iorquino Woody Allen vem mantendo, há mais de 40 anos, a saudável média de um filme por ano. Um feito provavelmente único na história do cinema mundial. Claro que com uma produção tão extensa, existem altos e baixos em sua filmografia. Felizmente, mais altos do que baixos. E melhor ainda, quando ele erra, faz um filme acima da média. E quando acerta, como é o caso de Blue Jasmine, que ele escreveu e dirigiu em 2013, é algo próximo do divino. Acompanhamos aqui a história de Jasmine (Cate Blanchett), uma mulher que vive em Nova York e é casada com Hal (Alec Baldwin), um rico investidor imobiliário. Sua vida muda radicalmente quando o marido é preso e ela, sem dinheiro algum, se muda para São Francisco, onde vai morar com a irmã Ginger (Sally Hawkins). Coincidentemente, a atriz Cate Blanchett havia interpretado no teatro o papel de Blanche DuBois, na peça Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams, principal inspiração de Allen em Blue Jasmine. A personagem título é uma mulher que precisa se reinventar, ou melhor, se recompor e se encontrar novamente. Sua postura sofisticada contrapõe-se à de sua irmã, que encara tudo de uma forma bem mais simples. Blanchett e Hawkins dão um show de interpretação. A primeira ganhou o Oscar de melhor atriz no Oscar de 2014. A segunda foi indicada e não levou, mas, merecia, e muito.

BLUE JASMINE (Blue Jasmine – EUA 2013). Direção: Woody Allen. Elenco: Cate Blanchett, Sally Hawkins, Alec Baldwin, Peter Sarsgaard, Andrew Dice Clay, Max Casella, Bobby Cannavale, Alden Ehrenreich, Michael Stuhlbarg e Louis C.K. Duração: 98 minutos. Distribuição: Netflix.