O cineasta americano Todd Haynes tinha apenas três curtas e dois longas na carreira quando realizou Velvet Goldmine. Ele chamou a atenção nos festivais quando realizou seu segundo longa, Mal do Século, de 1995. Com o prestígio adquirido, Haynes resolveu explorar uma de suas paixões, o Glitter Rock do início dos anos 1970, e dirigiu esta cinebiografia disfarçada do David Bowie. O roteiro, escrito pelo próprio diretor, a partir de uma história criada por ele e James Lyons. Tudo começa no ano de 1984, quando o repórter Arthur Stewart (Christian Bale) investiga a carreira de Brian Slate (Jonathan Rhys Meyers), um dos grandes nomes do Glam Rock e que foi fortemente influenciado por Curt Wild (Ewan McGregor). Slade havia encenado a própria morte nos palcos dez anos antes. A investigação de Stewart segue o mesmo padrão do clássico Cidadão Kane, de Orson Welles, ele entrevista pessoas que conviveram com o astro. O Glam Rock, abreviação de Glamour Rock, também conhecido como Glitter Rock, surgiu no início dos anos 1970. Tinha como característica roupas coloridas e estilizadas, forte maquiagem, androginia e um grande apelo sexual e sensual nas músicas e na maneira de cantá-las. Além de Bowie, Lou Reed, Iggy Pop, Gary Glitter e as bandas T-Rex e Roxy Music são ótimos exemplos deste movimento. Haynes, um diretor e roteirista de grande talento, nos conduz por uma narrativa assumidamente glamourosa, digamos assim. Cheia de idas e vindas no tempo, o filme exige do espectador uma atenção maior que o normal. Porém, se você “embarcar” nesta viagem, que além do visual deslumbrante, conta com uma trilha sonora fantástica, com certeza não vai se arrepender.

VELVET GOLDMINE (Velvet Goldmine – Inglaterra 1998). Direção: Todd Haynes. Elenco: Ewan McGregor, Jonathan Rhys Meyers, Toni Collette, Christian Bale, Eddie Izzard, Michael Feast, Emily Woof e Janet McTeer. Duração: 123 minutos. Distribuição: Cult Filmes.