O cineasta sul coreano Joon-ho Bong começou sua carreira em 1994, ano em que dirigiu três curtas-metragens. Seis anos depois ele dirigiu Cão Que Ladra Não Morde, seu longa de estreia. Porém, foi somente em 2006, quando lançou O Hospedeiro, que ele se tornou conhecido fora de seu país. Expresso do Amanhã é seu quinto longa e o primeiro feito fora da Coréia do Sul. O roteiro, escrito pelo próprio diretor, junto com Kelly Masterson, é uma adaptação da HQ francesa Le Transperceneige, de Jacques Lob, Benjamin Legrand e Jean-Marc Rochette. Expresso do Amanhã se passa em um mundo pós-apocalíptico onde uma experiência mal sucedida provocou uma nova era glacial. Por conta disso, quase toda a raça humana foi dizimada. Os sobreviventes vivem dentro de um enorme trem que separa seus passageiros por classes sociais. Neste contexto, a narrativa nos conduz por este microcosmo que reproduz dilemas e conflitos bem atuais dentro de um espaço limitado. Com um visual impactante e uma direção extremamente segura, a obra fez grande sucesso na terra do diretor, porém, sofreu nas mãos de um grande distribuidor internacional, que quis reduzir sua duração e inserir um narrador (ecos de Blade Runner?). Uma campanha na internet evitou que isso acontecesse e o filme passou para uma distribuidora menor, o que explica a demora para seu lançamento no Brasil. Com Chris (Capitão América) Evans à frente de um grande e talentoso elenco, Expresso do Amanhã exige muito do espectador, mas, não decepciona.

EXPRESSO DO AMANHÃ (Snowpiercer – Coréia do Sul/República Tcheca/EUA/França 2013). Direção: Joon-ho Bong. Elenco: Chris Evans, Jamie Bell, Tilda Swinton, Song Kang-ho, Octavia Spencer, Ed Harris e John Hurt. Duração: 125 minutos. Distribuição: PlayArte.