Existem filmes de guerra que se concentram no campo de batalha. Existem também aqueles que mostram a fase de treinamento dos recrutas. Há os que acompanham a tensão dos soldados antes de irem para a guerra. E existem os que têm como foco o que acontece depois que o conflito termina. Ou melhor, o que acontece com os soldados depois que morrem em combate. Jardins de Pedra, dirigido por Francis Ford Coppola em 1987, se insere neste último grupo. O roteiro, escrito por Ronald Bass, adapta o romance de mesmo nome de Nicholas Proffitt. Somos apresentados ao Sargento Clell Hazard (James Caan), responsável pelo Cemitério Nacional de Arlington. É lá onde os heróis mortos na guerra são enterrados. Ele acredita não fazer mais sentido levar a luta adiante. Ao contrário do jovem Jackie Willow (D.B. Sweeney), que não vê a hora em entrar em ação. Jardins de Pedra vai na contramão do esperado e por conta disso, talvez não tenha sido entendido quando de seu lançamento. Hoje, a distância fez com que sua narrativa carregada de melancolia o tornasse uma obra digna do cineasta que a realizou. E melhor, mostra uma faceta da guerra muito pouco explorada pelo cinema.

JARDINS DE PEDRA (Gardens of Stone – EUA 1987). Direção: Francis Ford Coppola. Elenco: James Caan, Anjelica Huston, James Earl Jones, Dean Stockwell, Sam Bottoms, Lawrence Fishburne, D.B. Sweeney e Mary Stuart Masterson. Duração: 110 minutos. Distribuição: Columbia.