Matar ou Morrer é, antes de tudo, um western, ou melhor, um filme revolucionário. A trama, aparentemente bem conhecida, mostra um xerife de uma cidadezinha do velho oeste que tem que enfrentar o desejo de vingança de um criminoso que ele prendeu no passado. Nenhuma novidade até aqui, certo? No entanto, o diretor Fred Zinnemann resolveu contar essa história em tempo real. No original, o filme se chama High Noon, que pode ser traduzido como “meio-dia em ponto”. A ação começa pouco antes das onze horas de manhã e se estende até pouco depois das doze, obedecendo a duração de pouco mais de 80 minutos. Gary Cooper vive o xerife em perigo, Will Kane. Ele acabou de se casar com a bela Amy (Grace Kelly) e precisa enfrentar o famigerado bandido Frank Miller (Ian MacDonald). Todos na cidade negam ajuda ao homem da lei. Muitos viram na postura dos moradores do local uma alusão ao Macartismo. Isso pouco importa. O que fica como saldo é um faroeste dos bons e vencedor de quatro Oscar: melhor ator (Gary Cooper), montagem, trilha sonora e canção. E tudo isso em uma hora e vinte minutos.
MATAR OU MORRER (High Noon – EUA 1952). Direção: Fred Zinnemann. Elenco: Gary Cooper, Thomas Mitchell, Lloyd Bridges, Katy Jurado, Grace Kelly, Otto Kruger, Lon Chaney Jr., Harry Morgan, Ian MacDonald e Eve McVeagh. Duração: 84 minutos. Distribuição: Paramount/Versátil.
High Noon é absolutamente genial. Desses filmes que guardamos na memória. E o relógio, como elemento narrativo, nos deixa apreensivos desde a primeira marcação. Imperdível e obrigatório!
Daqueles filmes que vi por obrigação, nos meus iniciáticos cursos de entedimento do mundo do cinema. Mereço vê-lo com um olhar maduro, tal qual os realizadores tinham quando fizeram esta obra.
Vale lembrar de duas “refilmagens”, por assim dizer, deste clássico: Outland com Sean Connery e o oitentista Te Pego Lá Fora, cujo título original faz até uma brincadeira com High Noon, Three O’Clock High.