O título nacional e o fato de o filme ser estrelado por Bette Davis, já nos induz, equivocadamente, a acreditar que ela é a própria. Convém, portanto, esclarecer antecipadamente que neste caso em particular, Bette é a “mocinha”. Baseado na obra The Wisdom of Eve, de Mary Orr, adaptada e dirigida por Joseph L. Mankiewicz, conta a história de Margo Channing (Bette Davis), uma famosa atriz da Broadway que tem sua vida transformada a partir da entrada em cena de Eve Harrington (Anne Baxter). Mankiewicz utiliza toda a sua criatividade no roteiro e na direção e nos oferece um espetáculo de primeiríssima qualidade. Diálogos inspirados e marcantes. Atuações primorosas e iluminadas. Seqüências soberbas e inesquecíveis. Não pense que eu estou exagerando nos adjetivos. A Malvada faz jus a todos eles. Trata-se de um clássico indiscutível, que aborda como poucos, até que ponto pode chegar a ambição de alguém. Preste atenção na participação da jovem Marilyn Monroe, antes do estrelato. Algumas curiosidades: 1) Recebeu a quantidade recorde de 14 indicações ao Oscar, ganhou seis (filme, diretor, ator coadjuvante (George Sanders), roteiro adaptado, som e figurino em preto e branco); 2) Suas quatro atrizes principais foram indicadas ao prêmio (Bette Davis e Anne Baxter, na categoria de atriz, e Celeste Holm e Thelma Ritter, na categoria de atriz coadjuvante), nenhuma delas ganhou; 3) Em Portugal, o título é simplesmente Eva; 4) É um dos filmes preservados pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos; 5) Inspirou diversos diretores, entre eles, o espanhol Pedro Almodóvar e sua obra-prima, Tudo Sobre Minha Mãe, sem contar algumas novelas de Gilberto Braga e Sílvio de Abreu.