Sam Raimi já havia conquistado uma grande legião de fãs por conta da série Evil Dead. Ele começou a fazer cinema ainda no colegial junto com alguns colegas de turma. Faziam parte do grupo os irmãos Joel e Ethan Coen, além de Frances McDormand, Barry Sonnenfeld e Bruce Campbell. Raimi não gostava somente de histórias de terror. Ele também amava quadrinhos e, antes de se tornar conhecido mundialmente como diretor da trilogia do Homem-Aranha, ele criou um herói que não saiu das HQs, mas, bebeu diretamente dessa fonte. Em Darkman – Vingança Sem Rosto somos apresentados a um cientista que tem o rosto e partes do corpo desfigurados por conta de um acidente criminoso. A vingança é o mote principal da trama, porém, nosso herói, apesar de esfarrapado, tem estilo. Liam Neeson, antes da fama, deu vida a este personagem trágico que reúne características de diversos heróis das tirinhas e dos filmes de horror. É fácil perceber influências do Sombra, do Batman, do Fantasma da Ópera e da Múmia. A direção e a montagem são alucinantes e a trama, extremamente ágil. Talvez seja a melhor adaptação de quadrinhos que não saiu dos quadrinhos.
DARKMAN – VINGANÇA SEM ROSTO (Darkman – EUA 1990). Direção: Sam Raimi. Elenco: Liam Neeson, Frances McDormand, Colin Friels, Larry Drake e Aaron Lustig. Duração: 96 minutos. Distribuição: Universal.
Filme B, com outras referências como “Dr. Phibes”. Vejo mais como uma adaptação de um “herói de HQ”, do que de uma “HQ” propriamente dita. “O Profissional” é, para mim, a grande forma de se ter em tela grande alguma coisa mais “Frank Miller de ser”. Este filme – que vi no saudoso Cine Condor – fica entre o experimental e o admirável. Algo a se estudar, ainda.