A carreira do cineasta americano William Friedkin pode ser dividida em três momentos bem distintos. Ascensão, nos primeiros anos da década de 1970, quando desfrutou de fama e prestígio ao ganhar um Oscar de direção por Operação França, de 1971, e, na seqüência, emplacar outro sucesso, O Exorcista, de 1973. Queda, logo depois, com os fracassos de O Comboio do Medo, de 1977, e este Parceiros da Noite, de 1980. Ostracismo foi o que experimentou nos anos seguintes. Quando Friedkin adaptou o livro de Gerald Walker sobre um assassino que matava e mutilava homossexuais em Nova York, a polêmica teve início ainda durante a produção do filme. Parceiros da Noite conta a história de Steve Burns (Al Pacino), um policial que aceita a missão de se infiltrar no submundo gay para capturar o criminoso. Uma verdadeira descida ao inferno. Algo que muda radicalmente sua vida. O filme foi o primeiro a sofrer pressão sistemática da comunidade gay americana. Taxado de homofóbico por mostrar os homossexuais como pessoas doentes e perversas, o que prejudicou bastante não só a carreira de seu diretor, como também a de Pacino. Visto hoje, distante de toda a polêmica que causou, Parceiros da Noite pode ser apreciado como um bom policial. Além de trazer personagens complexos e bem desenvolvidos.