O veterano King Vidor já havia dirigido 48 filmes quando assumiu o comando de O Campeão, em 1931. Trata-se do primeiro filme a retratar o mundo do boxe e, como se confirmaria no futuro, o boxe é apenas o pano de fundo. O roteiro partiu de uma história original de Frances Marion e teve os diálogos escritos por Wand Tuchock. Somos apresentados ao lutador Andy Purcell (Wallace Beery), que tem o apelido que dá título ao filme. Ex-campeão mundial do esporte na categoria peso pesado, ele agora é um alcoólatra em busca de uma chance na carreira para poder sustentar filho Dink (Jackie Cooper), que o adora. Nesse contexto entra em cena Linda (Irene Rich), ela é uma mulher rica e diz ser a mãe biológica de Dink. Tem início então uma disputa pela custódia do menino. Na prática, o filme acontece em dois ringues distintos. O Campeão é aquele tipo de drama que reúne elementos de grande comoção. Lançado um mês antes do Natal de 1931, encontrou o público preparado para a história que estava sendo contada. E funciona bem até hoje. Foi vencedor do Oscar en duas categorias: história original (para Frances Marion), e ator (para Beery, que dividiu a estatueta com Fredric March, de O Médico e o Monstro, neste que foi o primeiro empate da história do prêmio. Esta mesma história foi refilmada em 1979 por Franco Zeffirelli, tendo Jon Voight, Ricky Schroder e Faye Dunaway nos papéis principais.

O CAMPEÃO (The Champ – EUA 1931). Direção: King Vidor. Elenco: Wallace Beery, Jackie Cooper, Irene Rich, Roscoe Ates e Edward Brophy. Duração: 86 minutos. Distribuição: MGM.