A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood simplesmente adora artistas multifacetados. Historicamente, é muito comum ela premiar com um Oscar atores que também escrevem e/ou dirigem. Na cerimônia de 1997 isso aconteceu com Billy Bob Thornton, que escreveu, a partir de uma peça de sua autoria, dirigiu e estrelou o drama Na Corda Bamba. O filme, sua estreia na direção e seu quinto trabalho como roteirista, ganhou o Oscar de melhor roteiro adaptado. A história gira em torno de Karl Childers (Thornton), um homem com retardo mental que passou boa parte de sua vida em um sanatório por conta de um trágico acontecimento no passado. Finalmente libertado, Karl fica amigo de Frank (Lucas Black), um garoto que vive com a mãe, Linda (Natalie Canerday), que termina por acolhê-lo em sua casa. A partir daí, Doyle (Dwight Yoakam), namorado de Linda, entra em atrito com Karl e Frank, o que pode trazer à tona certas lembranças esquecidas. Thornton se sai muito bem nos três papéis que assume aqui. Tanto o roteiro como sua atuação e direção se destacam pela fluidez e secura narrativa. Mesmo tendo escrito e dirigido outros filmes depois, Billy Bob Thornton não conseguiu repetir a maestria que demonstrou neste belo e intenso exercício autoral.

NA CORDA BAMBA (Sling Blade – EUA 1996). Direção: Billy Bob Thornton. Elenco: Billy Bob Thornton, Dwight Yoakam, J.T. Walsh, John Ritter, Natalie Canerday, Lucas Black, James Hampton, Brent Briscoe e Robert Duvall. Duração: 135 minutos. Distribuição: Cannes.