Terceiro longa de Cameron Crowe, que levou quase quatro anos escrevendo o roteiro, Jerry Maguire: A Grande Virada marcou também um recorde na carreira de Tom Cruise. Foi seu quinto filme seguido a ultrapassar a marca dos 100 milhões de dólares faturados nas bilheterias americanas. E isso numa época em que esse número era mítico e difícil de ser alcançado. Ele interpreta a personagem do título, um agente esportivo bem-sucedido que cai em desgraça quando escreve um manifesto onde sugere que seus colegas de profissão reduzam sua cartela de clientes e sejam mais humanos com eles. Isso faz com que Jerry seja demitido da agência onde trabalhava e perca seus clientes. Somente Rod Tidwell (Cuba Gooding Jr.), um temperamental jogador de futebol americano, continua com ele. Jerry, ao lado de Dorothy (Renée Zellweger), abre uma nova empresa e sai em busca do “dinheiro para mostrar” ao seu único cliente. Jerry Maguire pode até parecer ingênuo em sua premissa. Afinal, a maioria dos filmes que tratam de temas similares costumam destacar o mundo “cãoporativo” de maneira quase heroica. Crowe dá um tratamento bem diferente. E essa postura, aliada ao carisma de Cruise, Zellweger, do pequeno Jonathan Lipnicki e, principalmente, de Cuba Gooding Jr., que ganhou o Oscar de ator coadjuvante, fazem deste filme uma obra inspiradora.

JERRY MAGUIRE: A GRANDE VIRADA (Jerry Maguire – EUA 1996). Direção: Cameron Crowe. Elenco: Tom Cruise, Renée Zellweger, Cuba Gooding Jr., Kelly Preston, Jerry O’Connell, Jay Mohr, Bonnie Hunt, Regina King, Eric Stoltz e Jonathan Lipnicki. Duração: 139 minutos. Distribuição: Sony.