A DAMA NA ÁGUA

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O filósofo tcheco Vilém Flusser propôs a “suspensão da descrença”, que é, em essência, o que nos permite “viajar” aos lermos um livro ou vermos um filme. A Dama na Água, escrito e dirigido por M. Night Shyamalan, exige muita suspensão de nossa descrença. Shyamalan disse ter como inspiração principal para o roteiro uma história de ninar que ele inventou certo dia para contar para seus filhos pequenos. Tudo começa quando o zelador de um condomínio, Cleveland Heep, vivido pelo ator Paul Giamatti, encontra na piscina a jovem Story (Bryce Dallas Howard). Ela é uma ninfa e Cleveland precisa ajudá-la a voltar para casa. É isso. Uma história simples como costumam ser as histórias de ninar. Comparado com os outros filmes de Shyamalan, este trabalho é mais fraco, porém, ainda assim, está acima da média. O roteirista/produtor/diretor conseguiu fazer do pequeno condomínio onde a ação se desenrola, um microcosmo de nossa sociedade multifacetada e transformou seu filme em uma grande metáfora sobre o bem e o mal. Não convém falar mais sobre A Dama na Água, sem correr o risco de estragar algumas surpresas. Paul Giamatti se supera novamente e prova definitivamente que é, se não o maior, pelo menos um dos maiores atores de sua geração. Só a atuação dele já justificaria a conferida. De quebra, preste atenção na personagem do crítico de cinema, Harry Farber, interpretado pelo ator Bob Balaban. Shyamalan analisa de maneira sutil e ao mesmo tempo cruel, essa estranha figura. Para os curiosos, o diretor, que gosta de fazer pontas em seus filmes, tem uma participação significativa como o jovem escritor indiano que divide o apartamento com a irmã.

A DAMA NA ÁGUA (Lady in the Water – EUA 2006). Direção: M. Night Shyamalan. Elenco: Paul Giamatti, Bryce Dallas Howard, Bob Balaban, Jeffrey Wright, Sarita Choudhury, M. Night Shyamalan e Freddy Rodriguez. Duração: 109 minutos. Distribuição: Warner.

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Last modified: 9 de janeiro de 2018

2 respostas para “A DAMA NA ÁGUA”

  1. A performance de Paul Giamatti é tão potente [ e “arte é potência”] que se destaca independente de você gostar ou não do filme. Sim, Marden tem razão, “Paul Giamatti se supera novamente e prova definitivamente que é, se não o maior, pelo menos um dos maiores atores de sua geração.”

  2. PS: E tem a [desculpem mas, é isso mesmo] EXTRAORDINÁRIA assinatura do Mestre Christopher Doyle na Direção de Fotografia!

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