Crítica e público nem sempre caminham de mãos dadas. Em se tratando do gênero terror, onde comumente existem regras que o público espera que sejam seguidas, surgiu nos últimos anos uma leva de filmes que “nadam” no sentido contrário. Cunharam até o termo “pós-terror” para classificar essas obras que não assustam como esperado. A Corrente do Mal, escrito e dirigido pelo americano David Robert Mitchell, se enquadra nesse grupo. O filme apresenta a jovem Jay (Maika Monroe), uma garota normal que após uma transa com um rapaz descobre que ele lhe passou uma maldição transmitida pelo sexo. Para se livrar dela, Jay precisa passá-la adiante. O terror aqui não está nos sustos ou nas figuras estranhas que começam a aparecer para Jay. Trata-se de algo mais sutil e elaborado. E a associação de tudo isso com o ato sexual não é gratuita. Além disso, é possível perceber também uma crítica ao capitalismo. Mas, pera aí, A Corrente do Mal não é um filme de terror? É sim. Mas não é aquele tipo de terror que você está acostumado a ver.

A CORRENTE DO MAL (It Follows – EUA 2014). Direção: David Robert Mitchell. Elenco: Maika Monroe, Keir Gilchrist, Daniel Zovatto, Jake Weary, Linda Boston, Lili Sepe e Heather Fairbanks. Duração: 100 minutos. Distribuição: Califórnia Filmes.