O tiroteio de O.K. Corral talvez seja o mais famoso de todos os tiroteios do Velho Oeste americano. Idealizado e imortalizado em inúmeros filmes, o duelo travado entre os Earp e os Clanton aconteceu no meio de uma tarde de outubro de 1881, na cidade de Tombstone, no Arizona. Dentre as muitas versões para TV e cinema feitas a partir desse fato, a melhor de todas, disparado, é Paixão dos Fortes, dirigida em 1946 pelo mestre John Ford, que conheceu pessoalmente o verdadeiro Wyatt Earp (aqui vivido pelo ator Henry Fonda), que, seguramente, deve ter-lhe revelado detalhes do tiroteio. Ford, como deixou bem claro no final de O Homem Que Matou o Facínora, sempre foi mais fascinado pela “lenda”, ao invés da “história”. E esse princípio é visível em Paixão dos Fortes. Ao lado de Earp, o inseparável amigo Doc Holliday (Victor Mature) que, junto com os demais irmãos da família de Wyatt, busca vingança e a restauração da ordem na região. Este filme marcou a volta de Ford ao gênero que o consagrou após um hiato de sete anos. Como eu já disse, existem muitas versões deste duelo, mas, caso você tenha que escolher apenas uma ou, quem sabe, queira ver todas elas e esteja em dúvida por onde começar, opte por Paixão dos Fortes. Você não se arrependerá e, além disso, terá o parâmetro perfeito para fazer a comparação com as demais.

PAIXÃO DOS FORTES (My Darling Clementine – EUA 1946). Direção: John Ford. Elenco: Henry Fonda, Linda Darnell, Victor Mature, Cathy Downs, Walter Brennan e Tim Holt. Duração: 97 minutos. Distribuição: Fox.