Alexander Payne vem construindo uma filmografia sólida. Mesmo dentro de uma estrutura industrial como a americana, ele tem conseguido desenvolver obras cada vez mais pessoais. Basta conferir As Confissões de Schmidt, Sideways, Os Descendentes ou este Nebraska. Com roteiro original de Bob Nelson, a história nos apresenta o rabugento Woody Grant (Bruce Dern), que recebe uma carta de uma revista dizendo que ele poderá ser o vencedor de um prêmio de um milhão de dólares. Certo de ter se tornado um novo milionário, ele decide ir até a sede da editora para buscar o cheque. David (Will Forte), o filho caçula de Woody, resolve “embarcar” na aventura do pai e o acompanha na viagem até o estado que dá título ao filme. No percurso, eles decidem parar na cidade natal dos Grant, onde Woody revê seus irmãos e suas famílias. Isso rende bons momentos. Como todo bom “filme de estrada”, a jornada serve para que muita “roupa suja” seja lavada e, na mesma proporção, funciona para que um filho descubra quem seu pai realmente é. Ou pelo menos, as razões que o levaram a ser daquele jeito. E a química entre Bruce Dern e Will Forte é perfeita. Payne optou, acertadamente, pelo preto e branco. Magnificamente fotografado por Phedon Papamichael, Nebraska é melancólico e triste, mas, também, bem humorado e esperançoso. Em resumo: uma pequena obra-prima.

NEBRASKA (Nebraska – EUA 2013). Direção: Alexander Payne. Elenco: Bruce Dern, Will Forte, June Squibb, Stacy Keach e Bob Odenkirk. Duração: 115 minutos. Distribuição: Netflix.