O americano Shane Black começou sua carreira em 1987, quando escreveu o roteiro de Máquina Mortífera. Nem precisa dizer que o sucesso deste policial o colocou no mapa de Hollywood. Ao longo de quase 20 anos, Black se destacou mais por seus roteiros, até estrear na direção, em 2005, com Tiros e Beijos, um filme que esbanja criatividade e tirou, na época, o ator Robert Downey Jr. do ostracismo. A partir daí, Downey Jr. ficou muito amigo de Black e isso resultou no convite para que ele dirigisse Homem de Ferro 3, em 2013. Um trabalho, digamos assim, de “aluguel”. Neste seu terceiro longa, Dois Caras Legais, de 2016, Shane Black retoma seu estilo pessoal aberto lá atrás com seu primeiro longa. Com roteiro dele próprio, junto com Anthony Bagarozzi, o filme conta uma história que se passa em Los Angeles, em meados dos anos 1970. Tudo começa quando uma jovem é sequestrada. Sua mãe contrata Jackson Healy (Russell Crowe), um cara que resolve tudo, literalmente, na porrada. Porém, o caso se revela bem mais complicado do que aparentava e por conta disso, ele termina pedindo ajuda a Holland March (Ryan Gosling), um detetive particular que lembra muito o nosso Mário Fofoca, vivido na TV pelo ator Luiz Gustavo. Dois Caras Legais, assim como ele havia feito em Beijos e Tiros, mistura uma série de elementos de gêneros diferentes. Além de retratar com perfeição o clima da década em que a ação acontece. A química que se estabelece entre Crowe e Gosling contribui bastante para ditar o ritmo do filme e ainda traz como bônus a esperta Holly March (Angourie Rice), filha adolescente do detetive.

DOIS CARAS LEGAIS (The Nice Guys – EUA 2016). Direção: Shane Black. Elenco: Russell Crowe, Ryan Gosling, Angourie Rice, Matt Bomer, Margaret Qualley, Yaya DaCosta e Keith David. Duração: 116  minutos. Distribuição: Diamond Films/Netflix.