Oito anos depois de seu segundo longa, Mutum, a cineasta Sandra Kogut nos apresenta Campo Grande. O roteiro, escrito pela própria diretora, junto com Felipe Sholl, trata de pertencimento e redescoberta. Tudo começa quando duas crianças, Ygor (Ygor Manoel) e Rayane (Rayane do Amaral), são deixadas na porta de Regina (Carla Ribas). A ação se passa no Rio de Janeiro e mostra a mudança na rotina de uma mulher que, de uma hora para outra, precisa cuidar dos dois irmãos que apareceram em sua casa e procurar pela mãe deles. Não pense que as coisas aqui acontecerão de maneira previsível. Sandra Kogut evita a saída fácil do melodrama. A narrativa opta por caminhos mais sutis e aparentemente desconexos. Porém, cheios de inventividade e poesia. Campo Grande, às vezes, parece “perder o rumo”. Mas isso, na verdade, não passa de uma sensação momentânea causada pela maneira como a diretora conduz sua história. Em tempo: o título faz referência a um bairro do Rio e não à capital de Mato Grosso do Sul.

CAMPO GRANDE (Brasil/França 2015). Direção: Sandra Kogut. Elenco: Carla Ribas, Julia Bernat, Ygor Manoel, Rayane do Amaral, Mary de Paula e Marcio Vito. Duração: 108 minutos. Distribuição: Imovision.