O diretor americano James Gray, desde sua estreia em longas com Fuga Para Odessa, em 1994, vem se firmando como um dos mais autorais cineastas de sua geração. Seja em dramas policiais, como Os Donos da Noite, ou em dramas românticos, como Amantes. Inicialmente, Gray queria pintar quadros. Os filmes de Coppola e Scorsese fizeram com que sua “veia artística” tomasse outro rumo. Não seria exagero afirmar que a obra deste diretor nova-iorquino dialoga mais com o passado do que com o presente. E este Era Uma Vez em Nova York talvez seja o melhor exemplo de sua filmografia. Escrito por ele próprio, junto com Richard Menello, acompanhamos aqui a trajetória da imigrante polonesa Ewa Cybulski (Marion Cotillard). No início dos anos 1920, ela e sua irmã Magda (Angela Sarafyan), que diagnosticada com tuberculose, não pode desembarcar em Nova York. Ewa conhece então Bruno (Joaquin Phoenix), um outro imigrante já estabelecido na cidade. E depois aparece Orlando (Jeremy Renner) e forma-se então, uma espécie de triângulo amoroso. Era Uma Vez em Nova York é denso, às vezes arrastado e flerta com o melodrama. Gray conduz sua narrativa com mão firme e extrai de todo o elenco desempenhos mais que convincentes. O clima de tragédia iminente está presente da primeira à última cena. E chega a ser angustiante em alguns momentos. Sinal de que o diretor aprendeu bem a lição de seus mestres.