O cineasta curitibano Elói Pires Ferreira é, antes de tudo, um humanista. Isso já ficou bem claro em seu longa de estreia, O Sal da Terra, de 2008. Dois anos mais tarde, ele se afastou da estrada, mas, não abandonou o asfalto. Curitiba Zero Grau, que tem roteiro do próprio diretor, junto com Altenir Silva e Érico Beduschi, é uma espécie de filme-mosaico. Tudo acontece, como o título já antecipa, na capital do Paraná, em pleno inverno. São quatro histórias que seguem em paralelo e, aos poucos, vão se encontrando. Apesar da história se passar em Curitiba, na verdade, ela poderia acontecer em qualquer outra grande cidade. São quatro homens: Jaime (Edson Rocha), Marcio (Diegho Kozievitch), Ramos (Jackson Antunes) e Tião (Lori Santos). Acompanhamos então o drama de cada um deles. É visível, voltar a frisar, o caráter humanista do diretor. Curitiba Zero Grau fala de solidariedade, companheirismo e superação. Sem nunca “carregar nas tintas”. O clima da cidade pode até ser frio. Mas, quem mora nela é gente calorosa.  Elói, de quebra, faz uma bela declaração de amor à sua cidade e ainda presta homenagem ao clássico Rio 40 Graus, dirigido por Nelson Pereira dos Santos, em 1955.