O cineasta americano Arthur Penn começou sua carreira no final da década de 1950 e já chamou a atenção em seu segundo longa, O Milagre de Anne Sullivan, de 1962. Mas, a grande virada aconteceu em 1967, com o revolucionário Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas. Depois deste sucesso, Penn, que teve uma primeira fase profissional cheia de atritos com os produtores, conseguiu um pouco mais de autonomia sobre suas obras. Quando o roteiro de Um Lance no Escuro, escrito por Alan Sharp, caiu em suas mãos, ele não teve dúvida: chamou o amigo Gene Hackman para o papel principal. Ele vive o detetive particular Harry Moseby, que é contratado por Arlene Iverson (Janet Ward), uma atriz decadente. A missão: encontrar Dolly (a estreante Melanie Griffith), que fugiu de casa. A busca termina, como em todo bom policial, revelando muito mais do que prometia inicialmente. E Penn conduz sua narrativa com a segurança costumeira. E tem um elenco, com destaque especial para Hackman, em estado de graça. Precisa mais?
UM LANCE NO ESCURO (Night Moves – EUA 1975). Direção: Arthur Penn. Elenco: Gene Hackman, Jennifer Warren, Susan Clark, Edward Binns, Janet Ward, Harris Yulin, James Woods e Melanie Griffith. Duração: 102 minutos. Distribuição: Versátil.
O título em inglês é um trocadilho com o termo knight moves (lances de Cavalo). O protagonista do filme, Harry Moseby (Gene Hackman), é um aficionado do xadrez, o qual é usado como uma metáfora para a incapacidade de se realizar os lances corretos nos momentos certos, sem cometer erros antes que seja tarde demais.
Harry reproduz os lances de uma real e antiga partida de xadrez, quando o sacrifício da Dama seguido de três lances de Cavalo lhe daria a vitória, mas as Pretas não viram a tática e perderam a partida.
Sempre uma ótima recomendação, Marden. Abraço e obrigada pelas dicas cinematográficas.
Gene Hackman. Gene Hackman. Gene Hackman.