Nuri Bilge Ceylan é o nome mais importante do moderno cinema turco. Depois do sucesso de 3 Macacos, de 2008, criou-se uma grande expectativa sobre seu trabalho seguinte. Era Uma Vez na Anatólia, realizado três anos depois, não decepciona. Pelo contrário, consolida ainda mais o talento deste grande cineasta. O roteiro, escrito pelo próprio diretor, junto com sua esposa Ebru Ceylan e Ercan Kesal, foge do convencional. Tudo acontece nas planícies da região de Anatólia, na Turquia. Um policial, um médico legista e um advogado conduzem dois prisioneiros, que mostrarão onde enterraram uma vítima. O tempo passa e anoitece e, por conta da escuridão, eles não conseguem apontar onde está o corpo. A situação termina por propiciar uma conversa entre o grupo principal. Ceylan não tem pressa. Sua narrativa é longa, mas, nunca arrastada. Pontuada por pausas e silêncios, nos leva à reflexão sobre inúmeras questões. A morte, sempre presente, norteada boa parte das conversas e revela um diretor-roteirista maduro e com domínio completo de sua arte. Era Uma Vez na Anatólia é um grande filme. Feito por e para gente grande.