MILAGRE EM MILÃO

Filme do dia

Milagre em Milão junto com Ladrões de Bicicleta e Umberto D forma o que poderíamos chamar de “trilogia neo realista” do diretor italiano Vittorio De Sica. Apesar do clima de conto de fadas, o filme abre com o clássico “era uma vez…”, estamos diante de um forte drama social. Tudo começa quando um bebê é encontrado por uma senhora no meio de uma plantação de repolho. Ele recebe o nome de Totó e, ainda garoto, após a morte da mãe adotiva, é levado para um orfanato. Quando atinge a maior idade, Totó (Francesco Golisano) não tem mais onde morar e termina se abrigando junto com um grupo de mendigos em uma área de invasão nos arreadores de Milão. A narrativa ganha contornos fantásticos quando é descoberto petróleo naquela região, o que desperta a ganância do poderoso senhor Mobbi (Guglielmo Barnabo), que manda soldados expulsar as pessoas do lugar. Totó recebe a visita do espírito de sua mãe e ganha dela uma pomba mágica que torna todos os seus desejos em realidade. Mesmo com todos esses elementos incomuns aos cinema neo realista, De Sica faz de Milagre em Milão uma grande metáfora da Itália pós guerra ao mostrar pessoas vivendo de maneira miserável e sem esperança alguma. Com bastante humor, porém, sem deixar de tocar na ferida, o diretor mostra que o grande inimigo, representado por Mobbi, é o capitalismo desumano que não consegue enxergar as dificuldades enfrentadas pelo povo mais humilde. Mas não pense com isso que De Vica é “bonzinho” com os menos afortunados. Em um determinado momento fica claro que o que falta muitas vezes é um senso coletivo mais apurado.
MILAGRE EM MILÃO (Miracolo a Milano – Itália 1951). Direção: Vittorio De Sica. Elenco: Francesco Golisano, Anna Carena, Brunella Bovo, Guglielmo Barnabo e Emma Gramatica. Duração: 92 minutos. Distribuição: Versátil.

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Last modified: 28 de agosto de 2021

3 respostas para “MILAGRE EM MILÃO”

  1. Todo De Sica, todo!, é absolutamente imperdível. Esse, em especial, como Umberto B., são pérolas do cinema. Essa nação que todos nós, cinéfilos, abraçamos como Pátria.

  2. UMBERTO D., que barbaridade!

  3. bruno knott disse:

    Do De Sica só conheço Ladrões de Bicicleta, filme que se tornou um dos meu preferidos instantaneamente… tenho interesse em me aprofundar na vasta filmografia dele, creio que finalizar esse trilogia é um bom começo.

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